O final de ano pode ser de chuvas regulares no Rio Grande do Norte,
principalmente nos municípios do interior do Estado, conforme previsão
de tempo da Empresa de Pesquisa Agropecuária (Emparn). O motivo seria a
combinação de alterações no Oceano Atlântico norte e a ocorrência de uma
frente fria nas regiões Sul e Sudeste, que favoreceria a ocorrência de
chuvas sobre a região, sobretudo entre a segunda quinzena de dezembro e a
de janeiro de 2015.
Segundo o meteorologista da Emparn, Gilmar Bistrot, essa
possibilidade de chuvas deve ser benéfica principalmente para os
municípios mais castigados pela seca, mas, ainda assim, não serão em uma
quantidade que possa resolver o problema na região, o que é esperado
pelos moradores do interior. Ele explicou ainda que os ventos em todo o
Estado também não devem ser fortes e que a umidade relativa do ar deve
ficar na casa dos 20%.
“Pelo que observamos até o momento, é possível sim que ocorram chuvas
no final de ano, mais para o interior e principalmente durante a
segunda quinzena de dezembro, mas ainda é uma estimativa. Isso porque há
uma tendência, proporcionada pela frente fria que vem do atlântico
norte, que contribui para o deslocamento prematuro de zonas de
convergência e a frente fria que vem do sul do continente, o que é
normal neste período. Mas só podemos dizer algo sobre o próximo ano, com
segurança, a partir de meados de dezembro”, explicou.
Gilmar afirmou também que a umidade do ar neste período pode provocar
clima de deserto em várias regiões do Rio Grande do Norte, como no
Seridó, onde pode atingir o patamar de apenas 20%. Isso, somado a
temperaturas altas durante o dia e amenas à noite, darão um efeito maior
em municípios como Caicó, por exemplo.
“Nesses casos, geralmente, temos dias com até 35 graus de temperatura
e noites mais agradáveis, variando entre 20 e 23 graus, o que geram
esse clima desértico e que pode provocar problemas de saúde em pessoas
mais sensíveis. Sem contar com a questão dos ventos, que não estão muito
fortes como em outras épocas do ano”, falou.
O meteorologista explicou ainda que a previsão de chuvas para este
ano, que poderiam minimizar os efeitos da seca que atinge o interior do
Rio Grande do Norte, não se concretizou conforme o esperado, ficando
dentro da média de anos anteriores. As poucas chuvas ocorridas não foram
suficientes para que as pessoas pudessem armazenar água em uma
quantidade maior, intensificando o problema.
“Não foi possível armazenar a água necessária para tentar minimizar o
problema porque as chuvas que atingiram a região não tiveram a
intensidade aguardada e as que caíram foram absorvidas rapidamente pelo
solo seco, sem possibilidade de reserva, infelizmente. O jeito é
rezarmos para que o próximo ano seja diferente e tenhamos mais chuvas,
suficiente para melhorar a qualidade de vida dos moradores do interior”,
afirmou.
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