Ele lembrou da necessidade de construir o Hospital de Trauma de Natal e valorizar os servidores
Foto: José Aldenir |
O governador do Rio Grande do Norte, Robinson Faria, realizou a
terceira visita de uma série que pretende contemplar todos os hospitais
da rede estadual. Depois da visita feita ao Hospital Monsenhor Walfredo
Gurgel, hoje pela manhã, o chefe do Executivo Estadual deu um
diagnóstico antigo e que muitos cidadãos já conhecem sobre o maior
pronto-socorro do Estado.
“É muito pior do que eu pensava. É um drama. As pessoas estão
perdendo o pé porque o Estado não tem campanhas pedagógicas para
prevenir o agravamento de doenças como o diabetes. Isso é uma coisa
desumana, um pai de família perder um órgão e deixar de trabalhar porque
o Estado não cumpriu o seu papel”, acentuou o governador.
Ele disse também que a equipe da Secretaria Estadual de Saúde Pública
estuda medidas emergenciais para o hospital, mas não disse quais seriam
e que muito em breve as divulgaria.
A situação descrita por Faria é bem ilustrada pelo que a aposentada
Lúcia Lucas da Silva, de 67 anos, está passando. Ela sofreu uma queda há
dois meses e estava com uma ferida no pé que não cura. O motivo: ela é
diabética. Em Macaíba, onde mora, não teve a assistência adequada e
ontem decidiu ir para o Walfredo Gurgel.
O médico informou a sua filha que não há previsão de quando ela será
transferida para o Hospital Ruy Pereira. A senhora também foi uma das
pacientes internadas em macas com quem o governador conversou. Ele
perguntou de onde ela veio e qual seu problema. Logo depois de ver o pé
completamente escurecido recorreu ao secretário de saúde, Ricardo
Lagreca. Os dois conversaram por alguns segundos e partiram.
Com lágrimas nos olhos diante da possibilidade de perder o pé – ou
até sua perna – a aposentada falou para nossa equipe: “agora eu espero
que ele ajude a gente, porque quando ele precisou a gente ajudou ele. Eu
queria que ele me tirasse daqui”.
Para evitar casos como o de dona Lúcia, o governador falou que o
Estado precisa de um programa contínuo de prevenção de diabete e
hipertensão. “O Estado não é eficaz nesse trabalho preventivo, não só
pedagógico, mas também de entregar medicamentos em tempo para evitar de
amputarem órgãos”.
A idosa também era uma das muitas que estavam internadas em macas
pelos corredores. Aliás, o corredor da Clínica Médica do Clóvis Sarinho
estava com ventilação insuficiente. Cerca de 35 pacientes estavam
internados por lá e todas reclamavam do calor. “São pessoas nos
corredores esperando semanas ou até meses esperando por uma simples
cirurgia ortopédica ou uma simples cirurgia eletiva”, nas palavras do
próprio Chefe do Executivo Estadual.
Hospital de Trauma
O governador e o secretário estadual de saúde também falaram da
necessidade de um hospital de trauma. Segundo o auxiliar de Robinson,
muito provavelmente isso ocorrerá com a redefinição do perfil do
Hospital Walfredo Gurgel. “A curtíssimo prazo, o Walfredo pode se tornar
esse hospital”, disse Lagreca.
“Já estamos cuidando disso. Vamos ver qual a modalidade mais rápida
de entregar essa hospital de trauma ao povo de Natal, ao do Rio Grande
do Norte. Se for no caso de buscar uma parceria público-privada, nós
vamos buscar. O que interessa ao povo é ter eficiência, não interessa a
modalidade”.
Segundo o governador também haverá a necessidade, de outro hospital
para o pronto-atendimento. “Um hospital de primeiros atendimentos,
atendimentos clínicos e cirurgias eletivas. Ou seja, vamos fazer uma
separação, uma redefinição do perfil de cada hospital”, disse.
fonte: Marcelo Lima (marcelolimanatal@yahoo.com.br) -http://jornaldehoje.com.br
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