Os números foram atualizados pela companhia na última reunião do Comitê
de Combate à Seca, realizada na segunda-feira (10). Seis cidades da
região Oeste entraram na lista. Em pelo menos oito desses municípios,
apesar dos moradores receberem água, ela está imprópria para o consumo
humano, por isso, o abastecimento já é considerado insuficiente.
O colapso ocorre quando a concessionária do serviço público de
abastecimento não consegue manter seu serviço por falta de água no
reservatório de onde ela é tirada. Segundo o gerente de Desenvolvimento
Operacional e Controle de Perdas da Caern, Isaias Costa, o colapso
ocorre em duas etapas, sendo a primeira quando a empresa começa a ter
problemas para abastecer toda a cidade ao mesmo tempo, por falta de
água. “Conversamos com as pessoas para fazerem o uso racional do
líquido, depois temos que fazer rodízio por região da cidade. Com a
falta de chuva, a salinização da água fica elevada e nós deixamos de
cobrar pelo abastecimento, apesar de ele continuar, porque a água está
com a qualidade aquém do exigido. Avisamos à população que não a utilize
para o consumo humano, mas para outras atividades”, explica. Esse
seria o caso das seis cidades do Oeste, além de Jucurutu e Luis Gomes,
onde a água está com alto índice de salinização. “ Então chega a um
ponto em que as bombas praticamente não conseguem mais puxar a água. Uma
hora passam a sugar lama, material orgânico. Esse é o nível mais
crítico”, acrescenta o gerente da empresa. Ainda de acordo com ele, os
níveis de salinização da água são medidos diariamente pela Caern.O
secretário da Agricultura, Pecuária e Pesca (Sape), Tarcísio Bezerra,
que preside o Comitê Estadual de Combate à Seca afirmou que todos os
projetos executados pelo governo do estado estão em andamento e serão
intensificados para combater o problema.Emergencialmente, a
operação pipa do Exército brasileiro abastece 113 cidades, enquanto o
programa da Defesa Civil do Estado atende outras 28. “São cerca de 300
mil pessoas, ao todo, que estão sendo atendidas dessa forma”,
acrescenta. Mas falta de controle sobre a qualidade da água, visto que
praticamente nenhum desses municípios possui órgãos que vistoriem o
transporte do líquido. O único controle do Estado, por enquanto, é feito
através de um atestado da qualidade água, onde os carros-pipa são
abastecidos. “Conseguimos recursos federais (R$ 5 milhões) para comprar
113 mil filtros que estão sendo entregues à população, porque estávamos
preocupados com a qualidade da água”, argumentou o secretário.Bezerra também citou vários sistemas adutores, que estão sendo construídos ou ampliados. Segundo ele, o do Seridó, com 28 km, já foi finalizado. Outros são o de Brejinho e a adutora da Espingarda, em Caicó, também concluídos, e o do Alto Oeste (95% executado). A adutora de Parelhas/Carnaúba dos Dantas está em 98%, e a ampliação do sistema Monsenhor Expedito tem inauguração prevista para março. O Seridó e o Vale do Açu deverão contar com a barragem de Oiticica. A adutora de engate rápido de Pau dos Ferros também começou a ser construída.Entretanto, parte das adutoras prontas não funciona porque os reservatórios que deveriam abastece-las estão com pouca água. O secretário, porém, não precisou quais delas estariam nessa situação.
http://www.tribunadonorte.com.br/noticia/sobe-de-12-para-21-as-cidades-com-colapso-no-abastecimento-d-agua/274181
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