Se alguém acha que não existe motivo para greve na educação, eis um motivo. Enquanto um professor(a) está em sala de aula, na maioria dos casos, sem as necessárias condições de trabalho quanto aos recursos didáticos e pedagógicos, sem se considerar direitos como promoções, licenças, cumprimento da lei do piso, aposentadorias, entre outros; o percentual MÍNIMO das receitas geradas por impostos que deveriam ser investidos na educação evapora-se. Será que realmente não existem recursos para a educação? Será que isso ocorre somente no Estado? ficam as perguntas. (por professor Renier Luiz)
Do Jornal Tribuna do Norte:
MP acusa Rosalba de não aplicar corretamente recursos para Educação
O Ministério Público do Estado ajuizou uma nova ação de improbidade
administrativa contra a governadora Rosalba Ciarlini e o secretário
estadual de Planejamento, Obery Rodrigues por não aplicarem o mínimo de
25% da receita gerada por impostos na Educação. A ação teve origem após
representação formulada pelo deputado estadual Fernando Mineiro em
agosto de 2013.
De acordo com o procurador-geral de Justiça, Rinaldo Reis, “a Governadora Rosalba Ciarlini Rosado, e o Secretário do Planejamento e Finanças, Francisco Obery Rodrigues Júnior, mesmo cientes da gravidade do caso, omitiram-se, intencionalmente, no dever de agir para assegurar o percentual mínimo de 25% das receitas com a educação, recusando-se a adotar, ao longo de três anos de mandato, medidas políticas, administrativas e orçamentárias para a cessação do problema noticiado”. Segundo ele, os dados financeiros para justificar a prestação de contas dos recursos com a Educação foram manipulados nas despesas de Manutenção de Desenvolvimento de Ensino (MDE).
De acordo com o procurador-geral de Justiça, Rinaldo Reis, “a Governadora Rosalba Ciarlini Rosado, e o Secretário do Planejamento e Finanças, Francisco Obery Rodrigues Júnior, mesmo cientes da gravidade do caso, omitiram-se, intencionalmente, no dever de agir para assegurar o percentual mínimo de 25% das receitas com a educação, recusando-se a adotar, ao longo de três anos de mandato, medidas políticas, administrativas e orçamentárias para a cessação do problema noticiado”. Segundo ele, os dados financeiros para justificar a prestação de contas dos recursos com a Educação foram manipulados nas despesas de Manutenção de Desenvolvimento de Ensino (MDE).
Ao
depor no inquérito civil que embasou essa ação de improbidade, a
Secretária de Educação e Cultura, Betânia Leite Ramalho, revelou que no
segundo ano de mandato de Rosalba “detectou o problema do pagamento de
grande número de inativos da folha de pessoal da Secretaria de
Educação”. Betânia Ramalho disse que “todos os inativos eram pagos pela
folha da Secretaria” e que fez ciência à Governadora sobre essa
situação, bem como ao Tribunal de Contas. A Secretária também revelou
que se reuniu com a Governadora, com o Secretário de Planejamento, com o
Presidente do IPERN, propondo um plano de desoneração da folha.
Além do alerta da própria Secretária de Educação, a Governadora e o Secretário de Finanças foram também advertidos, por duas vezes, pelo Tribunal de Contas do Estado, da ilegalidade de inclusão de despesas com inativos como forma de supostamente atingir o percentual mínimo de gastos com educação determinado pela Constituição. Mesmo assim, nada foi feito para sanar o problema, o qual permanece ocorrendo. Por isso, o Procurador-Geral de Justiça Rinaldo Reis diz, na ação, que “o descumprimento reiterado e intencional” da Governadora e do Secretário de Planejamento “resultou em um deficit significativo nos recursos destinados à Manutenção e Desenvolvimento do Ensino (MDE), fragilizando, ainda mais, a débil estrutura da rede estadual de ensino”. Esse deficit, segundo a petição, foi de R$ 107.948.615,69 em 2011, de R$ 55.468.884,00 em 2012, conforme dados do Tribunal de Contas do Estado, e estimado em R$ 66.732.799,81 em 2013, conforme dados do Demonstrativo de Despesas e Receitas com Manutenção e Desenvolvimento do Ensino – MDE, Janeiro/Dezembro de 2013.
Em outro trecho da petição, o
Procurador-Geral de Justiça enfatiza que “a gravidade das condutas dos
réus é tão maior quando contextualizada com os dados do Índice de
Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB), apurados em 2011, em que o
Estado do Rio Grande do Norte aparece em 23º lugar, à frente apenas de
Alagoas e empatado com Maranhão, Amapá e Sergipe (séries iniciais à 4ª
série); empatado com a Paraíba e à frente de Bahia, Sergipe e Alagoas
(5ª à 8ª séries); empatado com Amapá e Maranhão e à frente apenas de
Pará e Alagoas (ensino médio regular). Na realidade, em nenhuma das
faixas de ensino utilizadas como parâmetro pelo INEP, o Estado do Rio
Grande alcançou a média nacional, e, o que é pior, em relação ao ensino
médio, não experimentou nenhum acréscimo em relação à avaliação de
2009”.
E complementa: “em outras palavras, isso significa que,
assim que assumiram o Governo do Estado, a Governadora e o Secretário
encontraram cenário muito grave em relação ao desempenho da política
educacional, o que exigiria deles esforço incomum no sentido de
melhorar, consideravelmente, a gestão e o financiamento dos serviços
prestados pelo Estado na matéria, restando absolutamente censurável – e
punível juridicamente, conforme tese ora sustentada – o comportamento de
não cumprir a aplicação do mínimo constitucional para o desenvolvimento
da educação no RN, desviando considerável montante de recurso para
finalidades diversas”.
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