Esta situação é vivenciada em quase todas as escolas no RN; entretanto, quando os professores(as) denunciam tal descalabro, a sociedade não se une a eles na busca de solução desse problema, dentre tantos outros. Estou postando as informações abaixo porque elas são realmente inusitadas. A comunidade escolar não pode mais calar. Vemos todos os candidatos, num período eleitoral, colocando EDUCAÇÃO como prioridade em seus discursos. Uma vez eleitos, o que era prioridade vira esquecimento. (Prof Renier)
Escola em Natal entra na justiça contra Estado por falta de professores
Diretora revela que o problema é freqüente e que há dois meses aguarda que a Secretaria envie dois professores à unidade
Foto: José Aldenir
Alessandra Bernardo
alessabsl@gmail.com
Cansados de conviverem com a constante falta de professores e de
esperarem que a Secretaria de Estado da Educação (Seec) supra essa
necessidade, os integrantes do conselho da Escola Estadual Hegésippo
Reis, em Nova Descoberta, entraram com uma representação no Ministério
Público do Rio Grande do Norte (MPRN) contra o Governo do Estado, para
que este supra a ausência dos docentes, que já dura cerca de dois meses.
Para a secretária estadual de Educação, Betânia Ramalho, a situação é
inusitada e o órgão precisa de tempo para preencher as vagas existentes.
Segundo a diretora da escola, Maria Evania, para evitar que os alunos
sejam mais prejudicados e fiquem sem ter o que fazer durante os
horários vagos, são feitas atividades como mediação de leitura e outras
atividades educativas. Ela disse que o problema é freqüente e que há
dois meses aguarda que a Secretaria envie dois professores para a
unidade para preenchimento das vagas, que possui nota 5,7 no Índice de
Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), a terceira maior da rede
estadual.
Evania explicou que uma das professoras pediu licença para cuidar da
saúde por seis meses e a segunda teve que ser devolvida à secretaria
por, semanalmente, apresentar atestados médicos e se ausentar das salas
de aula, o que comprometia a qualidade do ensino ofertado aos alunos.
Durante reunião do conselho escolar da unidade – formada por
professores, pais e funcionários da escola, realizada na última
sexta-feira (12), este decidiu elaborar representação contra o
executivo.
“É um pedido de socorro, para que nossos alunos não sejam mais
prejudicados e possam ter seus direitos garantidos. Protocolamos a
representação nesta segunda-feira (15) e agendamos uma visita do
conselho escolar à Promotoria da Educação, para que possamos resolver
essa situação o mais breve possível. Sempre que procuramos a Secretaria,
ouvimos que esse problema não acontece só conosco, que tem falta de
professores em várias outras escolas estaduais, mas nós estamos lutando
para não sermos mais uma”, desabafou.
Para a presidente do conselho escolar da Hegésippo Reis, professora
Claudyne Lima, além dos próprios estudantes, seus pais e responsáveis
também estão insatisfeitos com o problema e cobram uma solução da Seec.
Para ela, os alunos só não são mais prejudicados porque a unidade
escolar realiza atividades pedagógicas durante os horários vagos, para
impedir que eles retornem para casa ou se desestimulem diante da
situação.
“Precisamos sair catando educadores e funcionários para ficar com os
estudantes nestes períodos, porque eles mesmos reconhecem que o problema
não é causado pela escola. Infelizmente, sentimos que somos tratados
com grande descaso pela Secretaria, que sempre que é procurada por nós,
alega que o problema não é só com a nossa escola, mas em várias outras
unidades no Estado”, afirmou.
A coordenadora pedagógica da Hegésippo Reis, Cláudia Santa Rosa,
disse que a situação é preocupante e grave, mas que a Seec tenta
minimizar o problema alegando que a falta de professores acontece em
quase todas as escolas estaduais. “Vivencio o drama de uma comunidade
para manter a escola funcionando com regularidade, uma unidade com o
Ideb mais alto entre as estaduais de Natal. Como ficam os direitos de
crianças e jovens de acesso ao conteúdo previsto no currículo e ao
mínimo de 200 dias letivos e 800 horas de aula?”, questionou.
Pais de alunos relatam tristeza com situação enfrentada
Pai de dois alunos da unidade, Laércio Elói disse que aprovou a
decisão do conselho da escola e que se entristece ao ver seus filhos
sendo prejudicados com a ausência de professores em sala de aula. “A
escola está de parabéns por essa iniciativa, porque, se não for assim,
não conseguimos nada e nossos filhos continuarão com horários vagos na
escola. E eles mesmos reclamam disso, é muito triste ver que uma
situação que pode ser resolvida de forma rápida é tratada com descaso”,
disse.
O mesmo é sentido por Lucas Emanoel, que tem um filho matriculado na
escola. Ele, que também integra o conselho escolar, disse que fica
chateado com a situação, mas reconhece os esforços dos funcionários da
unidade para impedir que as crianças fiquem sem ter nenhuma atividade
pedagógica durante os horários vagos. Para ele, o prejuízo sofrido pelos
estudantes é praticamente irrecuperável. “Não tem como repor todas
essas aulas perdidas”, falou.
A secretária estadual de Educação, Betânia Ramalho, disse que a
unidade tem autonomia pedagógica para propor atividades durante os
períodos vagos, enquanto o órgão não consegue encaminhar os docentes
solicitados. Ela reconhece que o problema é vivido pela maioria das
escolas do Rio Grande do Norte e que está trabalhando junto ao
Ministério Público para encontrar formas de diminuir a situação.
fonte:http://jornaldehoje.com.br/escola-entra-na-justica-contra-o-estado-por-falta-de-professores/
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