O atual presidente do Banco do Brasil, Aldemir Bendine, vai assumir o
comando da Petrobras, no lugar de Graça Foster, que renunciou ao cargo
em meio ao desgaste provocado pelas denúncias de corrupção investigadas
pela Operação Lava Jato.
A escolha do presidente do Banco do Brasil, Aldemir Bendine, para a
presidência da Petrobras foi o primeiro grande acerto do segundo mandato
do governo Dilma Rousseff. Anunciado nesta sexta-feira, o nome de
Bendine significa a retomada da credibilidade para uma companhia ferida
por incontáveis denúncias de corrupção.
Funcionário de carreira do Banco do Brasil, com 37 anos de serviços
prestados à empresa, Bendine ocupava o principal posto da instituição
desde 8 de abril de 2009, quando foi indicado pelo presidente Lula. Na
oportunidade, Bendine recebeu a missão de reduzir os juros do banco e
aumentar o volume de crédito – foi bem-sucedido nos dois casos.
Nascido em Paraguaçu Paulista (SP), este executivo de 51 anos entrou
no Banco do Brasil como estagiário, mas ascendeu rapidamente na empresa.
Antes de se tornar presidente, liderou as diretorias de Cartões, Varejo
e Novos Negócios. Sob seu comando, o Banco do Brasil passou a ser um
dos mais rentáveis do País. Entre 2009 e 2013, o volume de
financiamentos dobrou de R$ 320,7 bilhões para R$ 692,9 bilhões,
enquanto o total de ativos saltou de R$ 708 bilhões para R$ 1,3 trilhão.
Ns últimos anos, o BB, que manteve a liderança em setores que já
dominava, como o agronegócio, passou a atuar em novos mercados, como o
de crédito imobiliário, e expandiu sua atuação no segmento de cartões.
Em 2013, Bendine fez ainda a maior abertura de capital do mundo,
captando R$ 11,47 bilhões no IPO do BB Seguridade. Sob Bendine, o BB não
só proporcionou resultados ao governo como passou a competir em
condições de igualdade com o mercado privado.
Na Petrobras, Bendine terá amplos desafios pela frente. Nos últimos
meses, a empresa, então dirigida por Graça Foster, viu suas ações
ruírem, diretores serem presos e até processos abertos no Exterior.
Agora, a petrolífera abre um novo caminho com a chegada de um executivo
de carreira sólida e com resultados consistentes para apresentar.
A Escolha
O Planalto teve menos de 48 horas para escolher o novo presidente da
estatal, depois de Graça Foster e outros cinco diretores formalizarem o
pedido de renúncia dos cargos, na quarta-feira, 4.
A presidente Dilma Rousseff já havia sinalizado a troca atual
diretoria, mas a troca só ocorreria após a aprovação do valor perdido em
razão dos desvios na estatal. A companhia divulgou o último balanço
financeiro sem essa informação.
Bendine teve seu nome cotado para assumir o Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O atual presidente do BNDES,
Luciano Coutinho, também chegou a ser cotado para a vaga.
O nome de Bendine foi uma surpresa para o mercado. O executivo foi
presidente do Banco do Brasil e membro do Conselho de Administração da
instituição. É bacharel em administração de empresas e cursou MBA em
Finanças e em Formação Geral para Altos Executivos. No Banco do Brasil,
também atuou como vice¬presidente de varejo e distribuição, secretário
executivo do Conselho Diretor e gerente executivo da diretoria de varejo
da área de cartões, entre outros. Outro ex-executivo do Banco do
Brasil, Ivan Monteiro, também vai integrar o corpo de diretores da
petroleira.
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