Deputada critica exclusão feita pelo PMDB para a majoritária
Por Alex Viana (Repórter de Política)
A deputada federal Fátima Bezerra (PT) assumiu postura de candidata
ao Senado da República pelo Partido dos Trabalhadores, ao descartar, na
tarde de ontem, qualquer tentativa de acordo ou entendimento com o PMDB,
partido que, segunda, ela, exclui o PT da base de aliados, dando
preferência ao PSB da vice-prefeita Wilma de Faria, responsável pelo
palanque de Eduardo Campos no Rio Grande do Norte, em oposição a
adversária Dilma Rousseff.
“Avançamos na construção de uma aliança política para as eleições
2014″, diz Fátima, em nota veiculada à imprensa. “Realmente avançamos na
construção da aliança na reunião do PT com o PSD e a partir de agora
entramos numa fase de agendas com encontros, visitas, reuniões
programáticas e busca de outros parceiros. Nesse sentido, o Diretório
Municipal de Natal já aprovou resolução de apoio à candidatura de
Robinson Faria a governador e o Diretório Estadual deverá seguir a mesma
direção”, declarou a petista.
Fátima fez questão de frisar que as conversas visando um entendimento
entre o PMDB e o PT, iniciadas no ano passado, no sentido de uma
composição onde o PT indicaria o nome para o Senado e o PMDB o nome para
o governo, visando fortalecer o projeto nacional da chapa Dilma/Temer,
“foram descartadas unilateralmente por parte do PMDB, uma vez que as
informações que recebemos dão conta de um avançado estágio na composição
com o PSB, com este indicando a vaga em disputa para o senado”, disse.
Fátima também descartou composição do PT com Wilma de Faria, com esta
concorrendo ao governo, e a petista, ao Senado, a qual classificou de
“especulação”. “Quanto às especulações de aliança, com o PSB disputando o
governo em composição com o PT para o Senado (…), o que se desenha para
2014 é uma disputa entre PT e PSB, tanto nacional quanto local, com
candidaturas para a Presidência da República e para o Senado
respectivamente”. [...]
CAMINHADAS
PT e PSD traçaram agendas. Os dois partidos, especialmente os líderes
Robinson e Fátima, devem aparecer juntos em eventos estaduais. “Vamos
continuar avançando. Vamos vencendo etapas. No carnaval, vamos caminhar
juntos em alguns momentos, em Caicó e em Touros, por exemplo. Após o
carnaval, vamos iniciar os encontros regionais, um em cada cidade polo. E
a tendência é ir consolidando a aliança”, completou o vice-governador.
Na agenda conjunta consta reunião com o prefeito Carlos Eduardo,
presidente estadual do PDT, em data a ser aprazada. “Iremos conversar
com o PDT. Iremos juntos. Estamos otimistas. Até porque fomos dois
partidos aliados de Carlos Eduardo em 2012 e estamos otimistas com a
reunião com ele”, afirmou Robinson.
O MP alegou que os servidores contratados temporariamente
promoviam atividades em diversos setores da Administração Municipal,
cujas atribuições públicas possuem "natureza permanente, obrigatória e
imprescindível diante das responsabilidades constitucionais dos
Municípios"
O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte publicou decisão em que o
colegiado de desembargadores condena a governadora Rosalba Ciarlini
(DEM) por improbidade administrativa, tornando-a “ficha suja” por
enquadramento na lei complementar 135, de 2010. Com isso, a governadora
fica apta a perder o mandato e também não poderá disputar eleição. Mas,
da decisão, ainda cabe recurso.
O caso aconteceu quanto Rosalba era prefeita de Mossoró. A atual
governadora do Rio Grande do Norte foi condenada por improbidade
administrativa por ter contratado servidores sem concurso público, entre
1997 e 2004. Como punição, ela deve pagar multa civil no valor de R$ 30
mil. A condenação foi publicada no site do Tribunal de Justiça do RN
nesta quarta-feira.
Segundo a sentença, Rosalba também está proibida de contratar com o
Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou
creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa
jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de três anos. Para o
Ministério Público, Rosalba Ciarlini, na condição de governante, teria
admitido pessoal para prestar serviço ao Município sem a deflagração do
devido concurso público, em situações que não caracterizam necessidade
temporária de excepcional interesse público.
Para o MP, a conduta da ex-prefeita caracteriza ato de improbidade
administrativa, justamente porque as contratações temporárias realizadas
pela gestora não se enquadram na situação de temporariedade, muito
menos de excepcionalidade. O Ministério Público alegou que os servidores
contratados temporariamente promoviam atividades em diversos setores da
administração municipal, cujas atribuições públicas possuem “natureza
permanente, obrigatória e imprescindível diante das responsabilidades
constitucionais dos Municípios”.
Com isso, a ex-prefeita teria violado a regra constitucional do
concurso público, conduta que se amolda ao tipo do artigo 11, inciso V
da Lei nº. 8.429/92. Para o juiz Airton Pinheiro, as funções
desempenhadas pelos profissionais contratados eram de caráter permanente
e fundamentais ao Município, de modo que não poderiam ser desenvolvidas
de forma transitória. Os profissionais são essencialmente da área de
saúde: médicos, enfermeiros, dentistas, técnicos de enfermagem e
fisioterapeutas.
“Figura inquestionável o dolo da ré em violar o seu dever de realizar
concurso público para admissão de pessoal, postura adotada durante os
anos de sua gestão, optando claramente pela celebração de inúmeros
contratos temporários para suprir atividades permanentes da
administração pública”, disse o magistrado.
Governadora encaminha à AL três projetos de lei que beneficiam professores
O primeiro diz respeito ao reajuste salarial imediato de 8,32% a todos os professores e especialistas da educação
A Governadora Rosalba Ciarlini assinou e encaminhou para a Assembleia
Legislativa na noite desta sexta-feira, 21, três projetos de lei
importantes para os professores do Rio Grande do Norte.
O primeiro diz respeito ao reajuste salarial imediato de 8,32% a
todos os professores e especialistas da educação. O reajuste será pago
no contra-cheque fevereiro e será retroativo a 1º de janeiro de 2014.
O segundo projeto faz um reordenamento do porte das escolas estaduais
do Rio Grande do Norte, de forma que sejam agrupadas em cinco níveis,
de acordo com o número de alunos matriculados. A medida também cria 666
funções gratificadas de diretor e 575 de vice-diretor, corrigindo uma
distorção histórica no contra-cheque desses gestores. Mesmo exercendo
uma função de extrema responsabilidade, em muitos casos eles recebiam
gratificações menores do que os professores.
O terceiro projeto assinado hoje pela Governadora concede progressão
da classe de vencimento, sem a realização da avaliação de desempenho, a
todos os professores e especialistas da educação, permitindo com que
todos avancem uma letra na carreira. Esse benefício não era concedido
desde 2009.
Conheça o inigualável homem que mudou a história do Rio Grande do Norte
Cortez Pereira pensou o RN de uma forma que ele nunca conseguiu
ver. Dez anos depois de sua morte, projetos idealizados pelo
ex-governador ainda são trabalhados no Estado
Marcelo Hollanda
hollandajornalista@gmail.com
Mais de 40 anos depois de governar o Rio Grande do Norte (1971-1974) e
há exatos 10 anos de sua morte – 21 de fevereiro -, José Cortez Pereira
de Araújo ou simplesmente Cortez Pereira é, ainda hoje, uma presença
tão poderosa e indelével que não há mais moderno, ousado e arrojado do
que ele.
Professor, advogado, pensador, estudioso do desenvolvimentismo,
Cortez Pereira foi uma dessas pedras preciosas que, em plena vigência do
regime militar, como governador biônico, construiu toda a base da
economia potiguar que perdura até hoje.
Da implantação do projeto Serra do Mel, uma proposta de reforma
agrária baseada na exploração econômica do caju, sorgo e culturas de
subsistência, passando pela disseminação do cultivo intensivo do coco
com o Projeto Boqueirão, na região de Touros, Cortez Pereira criou as
bases de boa parte do que conhecemos hoje como progresso, pelo menos do
ponto de vista de um estado que, nos anos de 1970, ainda tinha tudo por
fazer.
Entrando pelas primeiras pesquisas aplicadas ao cultivo de camarão em
cativeiro, aproveitando as áreas de salinas desativadas ou introduzindo
a criação do bicho da seda, com o projeto de sericicultura na região de
Canguaretama, Cortez Pereira era um gestor ousado, capaz de enviar
auxiliares para outros países a fim de recolher subsídios que pudessem
ser úteis à realidade local.
Nem um pouco centralizador, ele reorganizou o Estado a partir da
redistribuição de responsabilidades que fizeram de inexpressivas
assessorias, secretarias importantes.
Foi o que aconteceu com as áreas de Planejamento e Fazenda, que
ganharam roupagem nova, mobilizando competências que o governador fazia
questão de ver trabalhando em sua equipe.
Um dos auxiliares mais próximos dele, que foi seu secretário de
Planejamento, é o economista Marcos César Formiga Ramos, ex-prefeito de
Natal entre 1983/1986 e que hoje ocupa uma das diretorias da Federação
da Indústria do Rio Grande do Norte (Fiern).
Conta ele que o inquieto governador gostava de delegar missões em
novos projetos, mas só com a segurança de quem entrega um filho para ser
educado. E costumava perguntar toda vez que alguma coisa grande estava
para nascer: “Pode ser feito? Então, bola pra frente!”.
E foi assim, de toque em toque, de ideia em ideia, de projeto em
projeto, que Cortez Pereira conseguiu transferir, por exemplo, a
fabricação de barrilha de Sergipe para o Rio Grande do Norte, dando uma
nova dimensão à produção salineira no estado, mediante o aproveitamento
industrial de inúmeros de seus subprodutos.
Não só isso. Graças à efervescência intelectual de Cortez – um homem
habituado a debater suas ideias em longos jantares oferecidos em casa –
nasceu iniciativas como a primeira empresa de turismo do Rio Grande do
Norte (Emprotur) e as bases para a futura construção, já no governo de
Lavoisier Maia, da Via Costeira, a despeito da ferrenha oposição
sofrida.
Lembra Marcos Formiga que o primeiro ano de Tarcísio Maia, sucessor
de Cortez, foi quase que inteiramente dedicado a concluir obras de seu
antecessor. E Formiga, é claro, manteve-se firme no cargo até o fim,
algo inimaginável nos dias atuais.
Sessão
Magna Branca – anos 90 no Centro Esportivo e Cultural de Ceará-Mirim,
tendo como palestrante o ex-governador Cortez Pereira. Foto: Divulgação
“Contratou-se o grupo de uma empresa internacional para realizar um
estudo da Via Costeira, tomando como base o que acontecia à época na
costa sul-africana, onde o turismo sofreu um forte incremento”.
Se hoje é comum falar em mapeamento das potencialidades econômicas do
Rio Grande do Norte, saiba que 40 anos atrás essa moda nasceu com
Cortez Pereira ao pesquisar de Baia Formosa até Grossos um possível pólo
de desenvolvimento para o turismo.
Por intermédio dele buscaram-se acordos de cooperação com outros
estados mais desenvolvidos com a finalidade de incrementar projetos e
programas de governo. Ninguém jamais fizera isso antes com ímpeto de
Cortez, um homem apaixonado em transformar a realidade e, ao mesmo
tempo, inconformado com ela.
Lembra o professor Marcos Formiga: “Quando precisávamos de um
especialista para estudar, por exemplo, as águas mães do Rio Grande do
Norte, lá vinha um técnico de fora por conta de um dos inúmeros
convênios de cooperação celebrados pelo governo Cortez Pereira com as
mais diversas instituições nacionais e internacionais”.
A mesma coisa aconteceu com a implantação de projetos envolvendo o
petróleo, o gás e o sal como insumo industrial. Infelizmente, por conta
da visão curta dos administradores que se seguiram, o Rio Grande do
Norte continua exportando apenas o sal “in natura”, sem qualquer valor
agregado, o que se repete com produtos agrícolas da cesta de exportação.
Marcos Formiga, que está entre os personagens mais autorizados a
falar sobre Cortez Pereira, diz que a obsessão do ex-governador era
moldar um Estado voltado ao planejamento e funcionando como uma empresa.
Não conseguiu – como as décadas seguintes se encarregaram de mostrar.
A opção entre o compromisso público de Cortez e as conveniências
políticas de uma elite clientelista, que se serve do poder para se
eternizar enquanto grupo, contribuiu para que a memória daquele homem
público do regime militar nunca fosse cultuada como devia. E depois de
sofrer revezes políticos terríveis, em nome de acordos políticos
espúrios, pouco restou da memória daquele que mudou a vida do estado
como nenhum outro líder – homem ou mulher – viria a fazer nas décadas
seguintes.
Escreveu o ex-governador sobre sua relação com as pessoas antes e
depois de deixar o cargo: “No último ano de governo, meu aniversário foi
uma multidão. No seguinte à minha saída, éramos apenas eu e minha
mulher aqui em casa”. Nada mais verdadeiro.
“Cortez era um político especial e um ser humano dos mais éticos que
se possa conhecer”, diz o primo em segundo grau e também economista
Antônio-Alberto Cortez. “Ele conhecia com propriedade a problemática
socioeconômica do RN no seu aspecto macro, por isso tanto o empolgava as
questões relativas ao desenvolvimento, assunto que o fascinava”,
acrescenta.
“Não era afeito a pequenez, a coisa miúda da ‘política’ paroquial,
embora tivesse como político e em certos momentos, de engolir a
hipocrisia tão comum neste meio. Tinha sonhos de ver um RN melhor e
menos desigual. Buscava conhecer experiências distantes, de outros povos
e assim construir parâmetros e levar adiante suas propostas de modo
mais seguro”, continua Antônio-Alberto.
Um exemplo disso, segundo o professor da cadeira de Economia da UFRN,
ficou claro quando Cortez Pereira enviou técnicos à Ásia para
conhecerem o cultivo de camarões em viveiros. “A semente desta
iniciativa disseminou-se, anos depois, por quase todo território
nacional”, lembra.
Hoje a carcinicultura é responsável por milhares de empregos
indiretos e diretos na cadeia produtiva, especialmente no Nordeste. E
para atingir esse objetivo, Cortez Pereira lutou com as armas que podia.
“Executou o Projeto das Vilas Rurais nos matões desertos e
inexplorados das Serras do Carmo e Mel. E, nestas, realizou o
assentamento de centenas de famílias que, orientadas, foram responsáveis
pelo plantio de 2 milhões e duzentos mil pés de cajus – à época uma das
maiores plantações contínuas de cajueiros do mundo (provavelmente a
maior)”, diz Antônio-Alberto Cortez.
Para o professor, Cortez Pereira sabia como ninguém “aproveitar a
diversidade mineral ainda pouco explorada e lamentava o desperdício das
águas que, em grandes volumes, escorrem para o mar e que poderiam, em
grande parte, ser acumuladas; empolgava-se ao falar da intensa insolação
que não deve ser considerada fator adverso ao desenvolvimento, mas sim
favorável, uma vez que, graças a tanto sol, a tanta luz, o Rio Grande do
Norte é o maior produtor de sal do país”.
Marcos Aurélio: “Cortez Pereira era um laboratório de ideias”
Joaquim Pinheiro
Repórter de Política
Ex-auxiliar do então governador Cortez Pereira, o jornalista Marcos
Aurélio de Sá, diretor-editor deste O JORNAL DE HOJE, disse que Cortez
Pereira era sozinho um “laboratório de ideias” e afirmou que ele foi o
único gestor que nos últimos 40 anos apresentou um plano de governo para
o Rio Grande do Norte. Marcos Aurélio conviveu durante muito tempo com o
então governador Cortez Pereira na sala de aula como aluno do curso de
Direito e na condição de diretor da Imprensa Oficial e da CERN –
Companhia Editora do Rio Grande do Norte. Marcos Aurélio relata que ao
assumir o governo durante uma aula do curso de direito, Cortez Pereira
colocou a mão no seu ombro e disse que tinha um lugar para ele (Marcos)
na administração estadual, já que decidiu convocar pessoas jovens para
ajudá-lo na construção de um Rio Grande do Norte desenvolvido e
promissor. “Achei um desafio importante e fui testemunha de um momento
da política do Rio Grande do Norte que nunca vi mais se repetir”, diz o
jornalista.
Editor-Diretor d’O Jornal de Hoje, Marcos Aurélio de Sá. Foto: Divulgação
Marcos Aurélio relata que o governo Cortez Pereira era formado por um
grupo de pessoas pensando 24 horas em caminhos e alternativas para o
Rio Grande do Norte encontrar meios para melhorar a vida do povo.
“Cortez era uma governante que transbordava ideias e projetos para
melhorar o Estado e transferia para os auxiliares essa preocupação”,
disse Marcos Aurélio, informando que mesmo sendo integrante do segundo
escalão do governo, Cortez Pereira lhe convocava para despachar
semanalmente. “Foi através dele que o Rio Grande do Norte despertou para
o turismo, para a exploração da carcinocultura, que é atualmente um dos
principais produtos de exportação e riquezas para o Estado”, disse
Marcos Aurélio, destacando também a cultura do caju, que é o produto de
maior exportação. Segundo Marcos Aurélio, Cortez Pereira pensou na
industrialização do sal e na indústria de barrilha, que não foi
sequenciada pelos governos posteriores. “Seria uma grande indústria de
base”, disse o ex-auxiliar, completando: “Como jornalista e como quem
acompanha o dia a dia do nosso Estado, não se repetiu dos anos 60 para
cá nada parecido do que foi o governo Cortez Pereira. Todos os projetos
dele tinham viabilidade. Alguns não foram sequenciados.”, concluiu
Marcos Aurélio.
Joanilson Rêgo: “Cortez era um homem profundamente bom com visão de estadista”
Ex-Governador Cortez Pereira. Foto: Divulgação
Outro auxiliar de Cortez Pereira, o advogado Joanilson de Paula Rêgo,
disse que Cortez Pereira “era um homem profundamente bom com visão de
estadista” e que a política menor não o fascinava porque pensava grande
buscando um Rio Grande do Norte desenvolvido e povo com pleno emprego.
“Cortez queria os campos produzindo racionalmente, as águas fertilizando
os solos com tratamento quase científico”, ressalta, informando ainda,
que a desertificação doía na alma de Cortez Pereira. No seu governo,
Joanilson de Paula exerceu três secretarias: secretário de Justiça,
secretário da administração e chefe do Gabinete Civil. Cortez Pereira
foi eleito governador em 1971 e cassado pelo regime militar em 1971.
Substituiu no governo o monsenhor Walfredo Gurgel e foi substituído pelo
médico Tarcísio Maia.
O jornalista João Batista Machado, que exerceu a profissão, também no
período do governo Cortez Pereira, disse que Cortez foi um dos mais
criativos governadores do Rio Grande do Norte. Conseguiu a fábrica de
barrilha (posteriormente interrompida), além de outros projetos de
grande alcance social como camarões, bicho da seda, Vilas Rurais de
Serra do Mel, Boqueirão, para produção de coco, entre outros. “Cortez
Pereira via adiante, pensando nas novas gerações e fez um governo
diferenciado. As Vilas Rurais, por exemplo, objetivava também, além da
produção de castanha de caju, receber trabalhadores desempregados da
salinas, que naquela época estavam sendo mecanizadas”, informa João
Batista Machado, dizendo ainda que Cortez Pereira tinha a capacidade de
visão acima do seu tempo.
Para o jornalista João Batista Machado, o governador Cortez Pereira
pensava tanto no Rio Grande do Norte que desprezou as divergências com o
seu adversário Aluízio Alves e apoiou a implantação da UEB – União das
Empresas Brasileiras, na Zona Norte de Natal, um complexo industrial que
na época ofereceu milhares de empregos para o natalense. Lembra que o
então governador Cortez Pereira construiu o atual Centro Administrativo
em Lagoa Nova, que segundo Machado, deveria ter seu nome.
Aida: 49 anos de união
Esposa do ex-governador Cortez Pereira, dona Aida Cortez conviveu com
ele 49 anos. Foi presente na sua vida e ajudou o seu governo através de
programas sociais. Ao ser questionada pela data de hoje quando são
completados 10 anos do falecimento do ex-governador, dona Aida falou o
seguinte: “Hoje é um dia sofrido para mim e toda nossa família. Cortez
contribuiu muito para o desenvolvimento do Rio Grande do Norte através
da criação de projetos importantes. Era um homem simples e culto. Foi
injustiçado, mas superava todos os obstáculos e adversidades. Ele morreu
pelo Rio Grande do Norte e pelos projetos que concebeu” , disse ela,
lembrando que recentemente o ex-governador tem recebido pequenas
homenagens, mas que para ela significa grandes. Lembra por fim, que sua
filha, Aila Cortez, atual secretária de Tributação da Prefeitura de
Natal, é um pouquinho de Cortez que está servindo ao Rio Grande do
Norte. A filha de Cortez Pereira, atual secretária municipal de
Tributação afirmou os seguinte sobre o pai: “Ele era um amigo e
confidente. Tenho meu pai como grande exemplo e grande orgulho. Minha
base veio dele e da minha mãe. É uma responsabilidade muito grande para
mim, principalmente quando ocupo um cargo público. Mas como ele, estou
servindo ao Rio Grande do Norte. Ele foi pai e amigo”.
CARLOS EDUARDO
O prefeito de Natal, Carlos Eduardo, também se referiu ao
ex-governador Cortez Pereira: “Hoje, a memória do Rio Grande do Norte se
ilumina pela passagem dos 10 anos de falecimento do Governador Cortez
Pereira. Como gestor público, sei bem das dificuldades que enfrentou na
busca de novas alternativas para a construção de um Estado viável, a
partir da interiorização de novas fontes de desenvolvimento”.
Carlos Eduardo conclui: “Sonhador dos sonhos possíveis, visionário,
tem como legados importantes projetos voltados para o homem do campo,
como as vilas rurais de Serra do Mel e a cultura do caju, o passo dado
rumo à frota mecanizada para o agricultor, o estímulo ao cultivo do
bicho da seda e do camarão. Seu sonho maior, a fábrica de barrilha, não
foi à frente por outras injunções. Mas fica na nossa história como um
dos construtores dos alicerces do desenvolvimento do Rio Grande do
Norte”.
Entrevista: Marcos Formiga
secretário do Planejamento nos governos Cortez Pereira e Tarcísio Maia
Tarcísio Maia e Cortez Pereira, em 1974. Foto: Divulgação
Atual diretor da Fiern, o ex-prefeito de Natal e homem de confiança
do ex-governador Cortez Pereira, Marcos Formiga recebeu a reportagem d’O
Jornal de Hoje para uma entrevista exclusiva, na sede da Federação das
Indústrias do RN. Abaixo, Formiga relembra alguns fatos que marcaram
para sempre o desenvolvimento do Estado.
JORNAL DE HOJE – Como o senhor começou a trabalhar com o governador Cortez Pereira?
MARCOS FORMIGA – Depois de concluir uma pós-graduação na Itália sobre
desenvolvimento regional, eu dispunha de uma avaliação dos incentivos
que o Estado dispunha para aproveitar a produção local. Em 1970, quando
escolheram Cortez Pereira para governador, ele já tinha experiência dos
problemas do Seridó como ex-deputado e ex-senador e também tinha uma boa
base trazida do exterior. Ele pediu à companhia de desenvolvimento
alguns técnicos que começassem a pensar o governo dele, entre os quais
eu. Foi assim que tudo começou,
JORNAL DE HOJE – Por onde vocês exatamente começaram?
MARCOS FORMIGA – Começamos a discutir o RN em suas vantagens
comparativas, seus diferenciais, as oportunidades, a organização do
estado. E tudo isso foi tomando conta dos nossos debates. Na época,
minha pasta era uma assessoria de planejamento, com ações pontuais, sem
responsabilidade maior. Quando iniciamos o governo, tínhamos um conjunto
de pessoas homogêneas, que sabiam a direção a ser tomada. Cortez
visualizava o estado como uma grande empresa. Tinha insumos, o que
produzir, mas nada disso valeria sem resultados sociais. Foi esse
cenário que motivava Cortez Pereira.
JORNAL DE HOJE – Mas qual era o parâmetro central?
MARCOS FORMIGA – O modelo de organização derivaria das condições de
planejamento, com equilíbrio financeiro. Aqueles controles que estavam
dispersos, foram organizados. Nossa equipe era pequena na época e eu
fazia parte da Universidade. Era o tempo do presidente Geisel e do
Ministro Reis Veloso. Nossa linha era a desenvolvimentista da corrente
paulista. Veloso era da linha do BNDES e tinha uma visão mais aberta. E
nós precisávamos de um conhecimento mais amplo e especializado;
convidamos a Cepal para iniciar um estudo conjunto que mapeou o Rio
Grande do Norte inteiro. O que poderia ser estimulado, aproveitado, as
cidades mais importantes que pudessem servir de centros regionais. Nosso
trabalho foi projetado com resultados nos 20 anos seguintes. Tínhamos
recursos naturais, mas precisávamos saber o que fazer com eles. Tínhamos
minério, camarão, sal. O setor têxtil também atraiu Cortez porque nossa
produção de fios acabava virando produto acabado em São Paulo. Foi um
tempo de muitos acordos de cooperação buscados com outros estados mais
desenvolvidos. Precisávamos de técnicos para estudar as águas mães no
RN, então vinha o técnico. A primeira abordagem de um complexo
petrogelquímico começou com Cortez e foi continuado com Tarcísio Maia. É
o que hoje se entende por complexo petróleo-gás-sal. O mesmo aconteceu
com a fruticultura com o projeto da Serra do Mel e a suinocultura no
Vale do Açu com parcerias internacionais.
JORNAL DE HOJE – Como o senhor definiria a visão de Cortez Pereira da administração?
MARCOS FORMIGA – Era uma visão realista, idealista de longo prazo, de
quem pensava longe. Muitas ideias eram discutidas em sua casa. Depois
de ouvir seu secretário, costumava perguntar: é viável, dá pra fazer?
Então toca pra frente. (M.H.)
Dilma deve anunciar essa semana recursos para o VLT de Natal/RN
A deputada federal Fátima Bezerra (PT) aguarda o anúncio da Presidenta
Dilma Rousseff (PT) sobre a liberação dos
recursos na ordem de R$ 316 milhões para a Modernização dos Trens
Urbanos de Natal e Região Metropolitana.
Os investimentos se somam aos R$ 154 milhões que já foram liberados
para aquisição dos 12 veículos (VLT) para a CBTU de Natal. A luta pela
concretização do VLT por Fátima Bezerra é de longa data, tendo início no
Governo Lula.
“Natal e Região Metropolitana possuem uma alta densidade populacional
e uma malha viária saturada. A população que usa diariamente o que
chamamos carinhosamente de ´trem do grude´ precisa de um transporte mais
moderno. O VLT, integrado com outros modais de transporte, é o caminho
para solucionar o problema de trânsito da cidade e da região. Temos
absoluta clareza que esse é caminho mais adequado enquanto solução
duradoura para o desafio da mobilidade urbana da cidade”, argumentou
Fátima Bezerra.
Também serão anunciados recursos para a Prefeitura de Natal no valor
de R$ 23 milhões, que serão investidos para construção de 04 estações de
transferência, 1.022 abrigos de passageiros e para elaboração do
projeto com vistas a implantação do BRT – corredor exclusivo de ônibus
norte/sul/leste/oeste.
Fátima Bezerra confirma candidatura ao Senado e exclui PSDB e DEM da coligação
Deputada afirma que candidatura majoritária do PT tem aval do Diretório Nacional e incentivo de Lula
Por Joaquim Pinheiro (Repórter de Política)
A deputada federal Fátima Bezerra, do PT, excluiu o DEM e o PSDB numa
aliança política que o seu partido, o PT está construindo com vistas as
eleições deste ano. A declaração da petista foi dada momentos após
participar de uma entrevista coletiva ao lado dos deputados federais,
Vicentinho e Francisco das Chagas, ambos norte-rio-grandenses e do PT de
São Paulo, que se encontram no Rio Grande do Norte participando das
comemorações de aniversário dos 34 anos do Partido dos Trabalhadores. “O
PT vai dialogar com todos os partidos, menos o DEM e o PSDB”, disse a
deputada, reiterando que existe uma resolução nacional reivindicando a
vaga do Senado no Rio Grande do Norte para o Partido dos Trabalhadores.
“Além disso”, ressaltou a petista, “estamos conectados com o projeto de
reeleição da presidenta Dilma, temos o aval da Executiva Nacional e
incentivo do ex-presidente Lula”, completou.
Ainda dentro da perspectiva de consolidação da sua candidatura à
senadora, Fátima Bezerra disse que é cada vez mais crescente no Rio
Grande do Norte o movimento de incentivo e manifestações de apoio à
ideia de que seu nome seja disponibilizado para o Senado. “As pesquisas
mostram que a nossa candidatura ao Senado é viável”, disse ela,
acrescentando que tem um mandato pró-ativo, propositivo, parceiro do
desenvolvimento dos municípios e uma referência na luta em defesa da
educação. “O meu desejo de chegar ao Senado é para fazer mais ainda pelo
Estado e pelo País”, ressaltou Fátima Bezerra, lembrando que o PT está
empenhado em construir e consolidar esse projeto.
disponível em http://jornaldehoje.com.br/fatima-bezerra-confirma-candidatura-ao-senado-e-exclui-psdb-e-dem-da-coligacao/
Os números foram atualizados pela companhia na última reunião do Comitê
de Combate à Seca, realizada na segunda-feira (10). Seis cidades da
região Oeste entraram na lista. Em pelo menos oito desses municípios,
apesar dos moradores receberem água, ela está imprópria para o consumo
humano, por isso, o abastecimento já é considerado insuficiente.
O colapso ocorre quando a concessionária do serviço público de
abastecimento não consegue manter seu serviço por falta de água no
reservatório de onde ela é tirada. Segundo o gerente de Desenvolvimento
Operacional e Controle de Perdas da Caern, Isaias Costa, o colapso
ocorre em duas etapas, sendo a primeira quando a empresa começa a ter
problemas para abastecer toda a cidade ao mesmo tempo, por falta de
água. “Conversamos com as pessoas para fazerem o uso racional do
líquido, depois temos que fazer rodízio por região da cidade. Com a
falta de chuva, a salinização da água fica elevada e nós deixamos de
cobrar pelo abastecimento, apesar de ele continuar, porque a água está
com a qualidade aquém do exigido. Avisamos à população que não a utilize
para o consumo humano, mas para outras atividades”, explica. Esse
seria o caso das seis cidades do Oeste, além de Jucurutu e Luis Gomes,
onde a água está com alto índice de salinização. “ Então chega a um
ponto em que as bombas praticamente não conseguem mais puxar a água. Uma
hora passam a sugar lama, material orgânico. Esse é o nível mais
crítico”, acrescenta o gerente da empresa. Ainda de acordo com ele, os
níveis de salinização da água são medidos diariamente pela Caern.O
secretário da Agricultura, Pecuária e Pesca (Sape), Tarcísio Bezerra,
que preside o Comitê Estadual de Combate à Seca afirmou que todos os
projetos executados pelo governo do estado estão em andamento e serão
intensificados para combater o problema.Emergencialmente, a
operação pipa do Exército brasileiro abastece 113 cidades, enquanto o
programa da Defesa Civil do Estado atende outras 28. “São cerca de 300
mil pessoas, ao todo, que estão sendo atendidas dessa forma”,
acrescenta. Mas falta de controle sobre a qualidade da água, visto que
praticamente nenhum desses municípios possui órgãos que vistoriem o
transporte do líquido. O único controle do Estado, por enquanto, é feito
através de um atestado da qualidade água, onde os carros-pipa são
abastecidos. “Conseguimos recursos federais (R$ 5 milhões) para comprar
113 mil filtros que estão sendo entregues à população, porque estávamos
preocupados com a qualidade da água”, argumentou o secretário.
Bezerra
também citou vários sistemas adutores, que estão sendo construídos ou
ampliados. Segundo ele, o do Seridó, com 28 km, já foi finalizado.
Outros são o de Brejinho e a adutora da Espingarda, em Caicó, também
concluídos, e o do Alto Oeste (95% executado). A adutora de
Parelhas/Carnaúba dos Dantas está em 98%, e a ampliação do sistema
Monsenhor Expedito tem inauguração prevista para março. O Seridó e o
Vale do Açu deverão contar com a barragem de Oiticica. A adutora de
engate rápido de Pau dos Ferros também começou a ser construída.Entretanto,
parte das adutoras prontas não funciona porque os reservatórios que
deveriam abastece-las estão com pouca água. O secretário, porém, não
precisou quais delas estariam nessa situação. http://www.tribunadonorte.com.br/noticia/sobe-de-12-para-21-as-cidades-com-colapso-no-abastecimento-d-agua/274181
Neste ano serão beneficiadas as mulheres que nasceram em anos pares
As mulheres paulistas com idades entre 50 e 69 anos poderão fazer,
gratuitamente, exames de mamografia pelo SUS (Sistema Único de Saúde)
sem precisar ter o pedido médico em mãos. Mais de 300 serviços de saúde
com mamógrafo, entre AMEs (Ambulatórios Médicos de Especialidades),
hospitais e clínicas conveniadas estarão à disposição para ofertar o
procedimento. Doze mil mamografias a mais por mês serão ofertadas na
rede.
A medida, que integra o programa “Mulheres de Peito” da Secretaria de
Estado da Saúde de São Paulo, começa a valer na segunda quinzena de
fevereiro e tem como objetivos ampliar o acesso aos exames na rede
pública e incentivar a detecção precoce do câncer de mama. Trata-se de
um programa inédito de rastreamento ativo da doença no Estado.
Neste ano serão beneficiadas as mulheres que nasceram em anos pares.
As aniversariantes de janeiro e fevereiro de 2014 poderão ligar, a
partir da segunda quinzena deste mês, para um call center da Secretaria
que fará o agendamento da mamografia em uma das unidades do programa. No
próximo mês será a vez das mulheres que aniversariam em março agendarem
o exame.
Já as mulheres que nasceram em ano ímpar poderão fazer o pedido do
exame no ano que vem, também no mês do aniversário. Mas as mulheres
nascidas em ano ímpar que estejam há mais de dois anos sem fazer o exame
de mamografia poderão fazer o pedido também em 2014, pelo “Mulheres de
Peito”.
A previsão é de que a mamografia seja realizada ainda no mês de
aniversário da paciente ou, no máximo, em até 45 dias após a solicitação
do exame.
Caso seja detectada alguma alteração no exame ou indícios de câncer, a
paciente será encaminhada a um serviço de referência do SUS para fazer
exames complementares, acompanhamento ou tratamento, de acordo com cada
caso.
“O Programa ‘Mulheres de Peito’ tem entre seus principais objetivos
não só suprir a demanda reprimida, mas também diminuir o tempo de espera
para a realização de mamografia. Com essa ação, o governo do Estado de
São Paulo quer aumentar a cobertura do exame entre mulheres na faixa dos
50 a 69 anos, estimular o rastreamento e ampliar o acesso ao
diagnóstico precoce do câncer de mama. Quanto mais cedo o diagnóstico,
maior a chance de sucesso no tratamento”, afirma o secretário de Estado
da Saúde, David Uip.
Os professores da rede estadual de ensino decidiram manter a greve que
começou no dia 29 de janeiro. Em assembleia realizada na tarde desta
segunda-feira (3) na Escola Estadual Winston Churchill, a categoria fez
novas críticas ao Governo do Estado.Os profissionais cobram o
cumprimento de acordos entre a categoria e o governo, entre eles o
pagamento do abono prometido aos funcionários das escolas e da
Secretaria de Educação e das horas extras referentes ao trabalho entre
abril e dezembro de 2013.
Greve começou no dia 29 de janeiro e professores estão com pontos cortados
O
ponto dos educadores que aderiram à greve foi cortado desde o primeiro
dia de paralisação. Segundo a Secretaria Estadual de Educação, não há
motivos para negociar com os grevistas.Vários estudantes da rede estadual participaram da assembleia e cobraram o retorno das aulas, além de melhorias nas escolas.Além
dos professores do estado, os profissionais da rede municipal de ensino
também podem paralisar as atividades. Está marcada para amanhã, às
8h30, uma assembleia para analisar o indicativo de greve.