Mostro aqui fotos de convenções realizadas que homologaram candidaturas das duas maiores coligações para as eleições 2014. Meu comentário virá durante a semana...por enquanto deixo a pergunta: QUAL É MUDANÇA SE OS PERSONAGENS E O ENREDO É O MESMO?
No Brasil, docente gasta 25 horas por semana só dando aulas, um porcentual 24% maior do que outros 30 países analisados
José Luis da Conceição/Divulgação SEE
Pesquisa foi feita com mais de 14 mil
professores brasileiros; docentes usam apenas 67% do tempo da aula; o
resto é "desperdiçado" com atividades administrativas e no controle da
"bagunça"
Os professores brasileiros de escolas de ensino fundamental,
gastam, em média, 25 horas por semana só com as aulas. O número é
superior à média de aproximadamente 30 países, como a Finlândia, Coreia,
Estados Unidos, México e Cingapura. Lá, os professores gastam, em
média, 19 horas por semana ensinando em sala de aula, ou seja, um
porcentual 24% menor. O posição brasileira é inferior apenas à do
Chile, onde os professores gastam quase 27 horas em aulas.
Leia também:
O
docente brasileiro, contudo, usa até 22% mais de tempo que a média dos
demais países em outras atividades da profissão, como correção de
"tarefas de casa", aconselhamento e orientação de alunos. Todos os dados
são da mais recente Pesquisa Internacional sobre Ensino e Aprendizagem
(Talis) divulgada nesta quarta-feira (25) na França.
Junto com o
Brasil, não foram apenas países ricos e integrantes da Organização para
Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) - coordenadora da pesquisa
- que participaram do estudo. Outras nações emergentes e também países
menos desenvolvidos fizeram parte da pesquisa. Polônia, Bulgária,
Croácia, Malásia e Romênia fazem parte do conjunto de nações integrantes
da edição 2013 da Talis.
Os dados foram obtidos junto a mais de
14 mil professores brasileiros e cerca de 1 mil diretores de 1070
escolas públicas e privadas de todos os estados do País. Os docentes e
dirigentes responderam aos questionários da pesquisa, de forma sigilosa,
entre os meses de setembro a novembro de 2012. Cada questionário tinha
cerca de 40 perguntas.
Em âmbito nacional, o estudo foi coordenado
pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep),
vinculado ao Ministério da Educação (MEC). Em 2007, o Brasil também
participou da primeira rodada da pesquisa, a Talis 2008, que foi
publicada no ano seguinte.
Objetivo
A
pesquisa tem como principal objetivo analisar as condições de trabalho
que as escolas oferecem para os professores e o ambiente de aprendizagem
nas salas de aula.
De acordo com o Inep, "a comparação e análise
de dados internacionais permite que os países participantes identifiquem
desafios e aprendam a partir de políticas públicas adotadas fora de
suas fronteiras".
Ocimar Alavarse
Diferente do Programa Internacional de Avaliação
de Alunos (PISA), que prioriza a avaliação dos alunos, do seu contexto
e da escola, no Talis, o foco está mais centrado nos docentes. "O
programa Talis é um programa de pesquisas que visa preencher lacunas de
informação importantes para a comparação internacional dos sistemas de
ensino", afirma estudo da Universidade Federal do Paraná liderado pela
pesquisadora Rose Meri Trojan.
"Desperdício" A
pesquisa também quis saber do professor quanto tempo de aula é voltado,
efetivamente, para a aprendizagem. E o número é pouco animador para o
Brasil. Mesmo com uma carga de 25 horas de aulas por semana, mais de 30%
do tempo desses encontros regulares é "desperdiçado" em tarefas de
manutenção da ordem dentro da sala e em questões burocráticas, como o
preenchimento de chamadas e outras atividades administrativas.
Só o
tempo gasto para por "ordem na bagunça" dos estudantes representa 20%
do tempo total da aula. Com serviços administrativos, são gastos 12%. De
aula mesmo, ou seja, atividades de aprendizagem, o professor dispõe
apenas de 67% do tempo. É a pior situação entre todos os países
avaliados. Na média dos países pesquisados, quase 80% do tempo é
voltado, exclusivamente, para a aprendizagem.
"Precisamos otimizar mais o tempo em sala de aula. O Brasil
ainda tem como foco o ensino, mas é preciso se voltar para a
aprendizagem. Não podemos desperdiçar tanto tempo com outras questões",
afirma Ocimar Alavarse, professor da Faculdade de Educação da
Universidade de São Paulo (USP).
Segundo ele, um dos principais
fatores de dispersão do aluno é a própria defasagem que ele tem em
termos de conhecimento por uma série de fatores, inclusive os
socioeconômicos. "Os alunos que chegam no fundamental veem com baixa
proficiência ou possuem uma diferença muito grande em relação aos demais
estudantes. Isso é um dos fatores que faz com que ele não fique atento
às aulas e o professor precise gastar mais tempo organizando a
dispersão", fala Alavarse.
Deslocamento
Além
de usar mais horas por semana ensinando, parte dos professores
brasileiros ainda sofre com o desgaste em descolamentos. Isso porque,
muitos deles trabalham em mais de um estabelecimento.
"Ainda temos que enfrentar o desafio da reorganização do
corpo de professores nas escolas públicas. O ideal era que ele estivesse
vinculado a apenas uma escola. No entanto, é comum docentes,
especialmente dos anos finais do ensino fundamental, ensinarem em mais
de um estabelecimento, já que certas matérias que eles lecionam têm uma
carga horária e número de turmas limitado", afirma Daniel Cara,
coordenador geral da Campanha Nacional pelo Direito à Educação.
No
Brasil, cerca de 40% dos mais de 2 milhões de professores da educação
básica dão aulas em cinco ou mais turmas. E aproximadamente 20% deles
ensinam em pelo menos dois estabelecimentos. Já em São Paulo, 26% dos
professores dão aulas em duas escolas. Os dados são do Censo Escolar
2013 divulgados no início deste ano pelo MEC.
ADOÇÃO FEDERAL Quando um banco entra em crise, o Banco Central intervem para evitar a falência; quando a segurança de
uma cidade entra em crise, o governo federal aciona a guarda nacional;
quando a saude fica catastrófica, importam-se médicos; quando uma
estrada é destruida por chuva, o governo federal auxilia o Estado; mas
quando um municipio não tem condições de oferecer uma boa escola para as
suas crianças, o governo federal fecha os olhos, porque isto não é
responsabilidade da União. Limita-se a distribuir, por meio do FUNDEB,
R$ 10,3 bilhões por ano, equivalente a R$ 205 por criança ou R$ 2 a cada
dia letivo. A boa educação de uma criança, assumindo um bom
salário para atrair os melhores alunos das universidades para o
magisterio, em boas e bem equipadas novas escolas, todas em horário
integral, custaria R$9.500 por ano, por aluno. Das 5.564 cidades
brasileiras, a a receita orçamentária total não chega a R$ 9.500 por
criança em idade escolar. Se considerarmos os gastos fixos e custeios da
administração municipal nenhuma de nossas cidades teria condições de
oferecer educação de qualidade a suas crianças. Para mudar tal
panorama, o Brasil tem dois caminhos: deixar que o futuro de nossas
crianças dependa de alta renda de sua familia ou responsabilizar a União
pela educação dos filhos do Brasil. As cidades que não têm
condições de oferecer uma boa educação para seus filhos apelariam ao
governo federal e este adotaria as escolas dessas cidades, respeitando
todos os acordos federativos, todos os direitos dos municipios , mas
também os direitos de todas as crianças do Brasil, independente da
cidade onde moram. Antes mesmo de uma Lei de Adoção Federal ser
aprovada, quem sabe um ou outro prefeito não toma a iniciativa de ir ao
governo federal e dizer: " Presidente, não tenho condições de oferecer a
educação que nossas crianças merecem como qualquer criança brasileira.
Por isso , peço que o governo federal adote as escolas da minha cidade".
Para isso, o caminho é uma carreira nacional com elevados salários
e elevadas responsabilidades, com estabilidade submetida a avaliações
periódicas, em edificações bonitas e confortáveis com os mais modernos
equipamentos, em horário integral. Lamentavelmente nem todos os
prefeitos teriam este gesto de responsabilidade para com suas crianças.
Muitos vão preferir continuar sem condições de pagar bons salários,
enfrentando greves periódicas que terminam com mínimos aumentos de
salários e imensas perdas pedagógicas. Mas, se de repente, muitos
despertassem e colocassem os interesses de suas crianças acima de tudo, o
governo poderia definir critérios para selecionar aos poucos as cidades
que seriam adotadas. Na medida em que este caminho fosse dando
certo, em 20 ou 30 anos veríamos todas as crianças brasileiras serem
tratadas como brasileiras, ao inves de municipais como hoje. O país
teria um sistema de qualidade e com qualidade igual na educação de suas
crianças, quebrando o muro do atraso e o muro da desigualdade que nos
caracterizam.
INFELIZMENTE, POR FALTA DE ESPAÇO FÍSICO PARA A REALIZAÇÃO DA AULA, COMUNICO O SEU ADIAMENTO. ENTRETANTO, AO SUPERAR ESSA DIFICULDADE, NOVA DATA SERÁ MARCADA.
Aluno processa professor por celular retirado em sala de aula e perde ação
Em sentença, juiz afirmou que país virou as costas para educação e culpa novelas e reality-shows. A polêmica do uso de celular em sala de aula chegou nos tribunais
depois que um aluno processou o seu professor por ter tomado o aparelho
no meio de uma aula. O episódio aconteceu no Recife, na cidade de Santa
Rita, e teve a decisão do juiz Elieser Siqueira de Souza Junior a favor
do docente que aproveitou a sentença para criticar as novelas,
reality-shows e a ostentação, considerados pelo magistrado como contra
educação.
“Julgar procedente esta demanda é desferir uma bofetada na reserva
moral e educacional deste país, privilegiando a alienação e a contra
educação, as novelas, os ‘realitys shows’, a ostentação, o ‘bullying‘
intelectivo, o ócio improdutivo, enfim, toda a massa intelectivamente
improdutiva que vem assolando os lares do país, fazendo às vezes de
educadores, ensinando falsos valores e implodindo a educação
brasileira”, afirmou o juiz.
A ação foi movida pelo aluno Thiago Anderson Souza, representado por
sua mãe Silenilma Eunide Reis, que, segundo consta nos autos do
processo, passou por “sentimento de impotência, revolta, além de um
enorme desgaste físico e emocional” após ter o celular retirado pelo
professor Odilon Oliveira Neto. O estudante disse que apenas utilizava o
aparelho para ver o horário. Porém, perante outras provas, o juiz não
acreditou na versão de Thiago.
“Vemos que os elementos colhidos apontam para o fato de que o Autor
não foi ‘ver a hora’. O mesmo admitiu que o celular se encontrava com os
fones de ouvido plugados e que, no momento em que o professor tomou o
referido aparelho, desconectou os fones e… começou a tocar música”.
Em depoimento, o professor e a coordenadora do colégio afirmaram que
não foi a primeira vez que o aluno foi chamado a atenção para o uso do
aparelho em sala de aula. O juiz apontou que, para além da proibição do
colégio, existem normas do Conselho Municipal de Educação que proíbem o
uso do celular em sala de aula, exceto para atividades pedagógicas.
“Pode-se até entender que o Discente desconheça a legislação
municipal sobre os direitos e deveres dos alunos em sala de aula. O que
não se pode admitir é que um aluno desobedeça, reiteradamente, a um
comando ordinário de um professor, como no presente caso”, observa.
O juiz ainda aproveitou a execução para fazer uma análise sobre a
educação do Brasil apontando que a mesma tornou-se uma espécie de
“carma” para quem trabalha.
“No país que virou as costas para a Educação e que faz apologia ao
hedonismo inconsequente, através de tantos expedientes alienantes,
reverencio o verdadeiro herói nacional, que enfrenta todas as
intempéries para exercer seu ‘múnus’ com altivez de caráter e senso
sacerdotal: o Professor”, sentenciou.