Mediante
as condições de trabalho às quais estão submetidos professores e professoras,
não faz muito tempo, ALERTAVA para a possibilidade da falta desses profissionais
para lecionarem nas escolas públicas e privadas. Hoje, em conversas informais
no ambiente escolar e fora dele, como também nos noticiários das revistas,
rádios e televisões, observo infelizmente concretizado o que afirmara. E,
cotidianamente, agravo minha opinião sobre essa infeliz realidade. Afirmo isso
porque não vejo nenhuma atitude nem pelos responsáveis em gerir o sistema
educacional nem pela sociedade no sentido de promover ações que incentivem os
jovens a cursarem uma licenciatura e assumirem uma sala de aula. Pelo
contrário, o que todos podemos observar é o quase total desrespeito a esses
profissionais essenciais no processo de ensino-aprendizagem. Não é difícil
perceber que a EDUCAÇÃO continua não tendo a devida atenção, basta visitar
qualquer escola privada ou pública e conversar com um(a) professor(a),
questionando-os quanto ao tempo para estudo, planejamento das aulas, recursos
didáticos a sua disposição em sala de aula, estrutura predial adequada da escola
(faltam espaços para atender os portadores de necessidades, salas não climatizadas
e sujas, sem laboratórios ou laboratórios com equipamentos danificados e
obsoletos; por exemplo). É comum observar-se um(a) professor(a) tendo que se
deslocar de uma cidade para outra ou entre bairros distantes para cumprir uma carga
horária inimaginável para quem precisa de condições físicas perfeitas e de
tempo para preparação das suas atividades laborais. Contrariamente ao que
muitos afirmam, os profissionais da educação no Rio Grande do Norte (Estado e
Municípios) recebem os piores salários em comparação com outros estados da
federação. Apesar de ter PISO SALARIAL, esse não é respeitado integralmente e,
para ser implementado, anualmente tem-se que implorar a boa vontade dos
gestores municipais ou estadual. Pisam-se quase todos os direitos dos
educadores e exigem-se qualidade no ensino com profissionais à disposição no
mercado de trabalho para assumirem salas de aulas, antes se submetendo a
concursos públicos após cursarem uma licenciatura numa universidade. Hoje, por
lei, nem direito a alimentar-se na própria escola (merendar) esse(a)
profissional tem, muitas vezes trabalhando dois turnos no mesmo ambiente
escolar; enquanto todos se alimentam nos palácios da vida em restaurantes com
ar refrigerado, viajam, participam de seminários ou encontros, com diárias que
somadas pagariam o salário de alguns professores. Inacreditável, mas o que uma professora ganha durante 25 anos
de serviço (tempo mínimo para aposentadoria) não daria para comprar um bom
apartamento para morar. Infelizmente esse é o tratamento dado a esse(a) profissional
que forma todos os outros profissionais, inclusive os da sua própria área. E não comentei a violência a qual se submetem diariamente: são agressões verbais e até físicas, que muitas vezes, são silenciadas com receio de denunciar ou por considerar isso inerente ao exercício da profissão, quando não o é.
Professor
Renier Luiz
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