A etimologia do termo pandemia diz: todo
o povo. E o que vivemos nessa crise que afeta a humanidade, que já
matou centenas de milhares de pessoas e impactou, mesmo que
temporariamente, a economia mundial. Crise de dimensão sanitária,
econômica e social, que em nosso país se soma a uma crise política e
institucional. Infelizmente, o Brasil parece estar se tornando o novo
epicentro da pandemia.
Temos figurado entre os países com maior quantidade de casos da Covid-19,
mesmo sendo um dos países com menor volume de testagem, o que indica
que os números reais são muito superiores aos apresentados.
A saída de dois ministros da saúde, em
plena pandemia, escancara a falta de um comando único por parte do
Governo Federal e um programa consistente de combate à Covid que, em
parceria com os estados e os municípios, se voltaria para a aquisição de
respiradores e EPIs, mais testes, habilitação de leitos de UTI, entre
outras ações necessárias para esse enfrentamento.
Enquanto Governo do Estado, temos nos
empenhado em enfrentar essa situação de forma séria, científica,
equilibrada e ordenada. Dialogando com os vários segmentos da sociedade,
em integração com os demais Poderes, temos adotado as medidas de
restrição que nos orienta a ciência. Ao mesmo tempo, batalhamos dia a
dia para a ampliação de leitos.
Mesmo em meio a incomensuráveis
dificuldades de aquisição de insumos já conseguimos ampliar nossa rede
em mais 225 leitos, sendo 139 de UTI e 86 clínicos.
Sabemos que o distanciamento social
exige o sacrifício de todos e traz implicações difíceis, às quais temos
buscado mitigar com políticas de assistência social e de apoio às
empresas, mas ele é o caminho mais rápido e seguro para que possamos
preservar a vida, recuperar a nossa economia e o convívio social e
familiar.
As consequências do não distanciamento, por sua vez, não podem ser remediadas.
Ficar em casa, nesse momento, é um dever
cívico e de respeito pela vida. As medidas que tomamos desde o início
foram decisivas para que não entrássemos em colapso, mas é fundamental
que esses regramentos tenham o engajamento das pessoas.
De nada adiantam os decretos ou
regramentos se não tivermos um bom nível de adesão às medidas. Os baixos
índices de distanciamento social que temos registrado têm sido objeto
de preocupação e análise por parte do comitê de especialistas e do
governo.
Atualmente temos ações judiciais em
trâmite aqui no estado contrárias e favoráveis ao lockdown (ou
confinamento), que é a medida mais extrema de distanciamento. Neste caso
é preciso esclarecer: este é um Governo que dialoga com todos os
setores da sociedade. mas em se tratando de medidas restritivas ou de
retomada das atividades, quem nos dá a linha é o nosso comitê
científico, que é uma instância de decisão onde se encontra também a
Secretaria de Estado da Saúde Pública.
Sabemos que a baixa adesão ao
distanciamento pode acarretar uma aceleração na propagação da doença e
pressionar o sistema de saúde público e privado do Estado acima de sua
capacidade. Portanto, faço aqui mais um alerta e um apelo: para a
fiscalização e o cumprimento das medidas de isolamento é imperativa a
participação das Prefeituras para que façam aquilo que está na
competência dos municípios. Queremos contar com as lideranças
comunitárias, com as igrejas, com os parlamentares, com a imprensa, com
os artistas, com todos que possam ajudar a convencer a população daquilo
que é o mais efetivo no controle da pandemia: o isolamento. Precisamos
de todos para enfrentar esse inimigo comum que nos ameaça. E então
poderemos, juntos, tirar lições importantes da pandemia, acreditando
firmemente que vamos superar a guerra contra o vírus e garantir aquilo
que nós dispomos de mais sagrado: a vida!
Fátima Bezerra
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