"Lendo esta matéria lembrei-me de que os jovens tiveram participação ativa nesse episódio da história do Brasil.Os jovens foram às ruas em todas as grandes cidades do país numa mobilização que certamente contribuiu para a renúncia do então presidente Collor. Quem sabe a juventude aqui em Lajes acorda e resolve dar um basta na mesmice, resolve renovar e vai às ruas e vai às urnas, conscientemente, manifestando a sua vontade de mudança e fazendo a diferença!"
Por Allan Darlyson(Diário de Natal):
Corrupção. O povo nas ruas. Primeiro Presidente da República eleito em votação direta após o golpe militar deposto. A próxima quarta-feira (29) marca o "aniversário" de 20 anos da abertura do processo de impeachment do ex-presidente Fernando Collor de Mello (PTB-AL). Depois de ter sido eleito nos braços da população, Collor amargou o marco histórico de ter sido o único presidente deposto de forma democrática. O impeachment marcou o início da participação popular na política brasileira.
Em 1992, a bancada do Rio Grande do Norte no Senado Federal era composta por Garibaldi Alves Filho (PMDB), Dario Macêdo - que havia substituído José Agripino Maia (DEM), eleito governador naquele ano e Lavoisier Maia (PSB). Os deputados federais eram Aluízio Alves, Fernando Freire (PMDB), Flávio Rocha, Henrique Alves (PMDB), Iberê Ferreira (PSB), João Faustino (PSDB), Laíre Rosado (PSDB) e Ney Lopes de Souza (DEM). Em entrevista a O Poti/Diário de Natal, Ney Lopes relembrou os bastidores desse marco na política brasileira.
O democrata frisou que tudo começou com as denúncias de Pedro Collor, irmão do ex-presidente. "Ele acusava o tesoureiro da campanha do seu irmão, o empresário Paulo César Farias, de articular um esquema de tráfico de influência, loteamento de cargos públicos e cobrança de propina dentro do próprio governo. Pedro Collor chamou o empresário PC Farias de 'lepra ambulante'. Foi mais adiante e acusou o irmão de ser beneficiário desse esquema e outros ministros e assessores", contou.
O ex-parlamentar, que votou a favor do impeachment, destacou que, após as denúncias, o segundo passo para o impedimento foi a instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigou o ex-presidente. "Menos de um mês depois, instalou-se no Congresso Nacional a chamada CPI do PC. Recordo que no dia da instalação da CPI, conversando com o deputado Luís Eduardo Magalhães, ouvi dele a frase: "esta Comissão se sabe como começa; não se sabe como terminará".
Ney sublinhou que o movimento popular contra Collor foi liderado pelo Partido dos Trabalhadores (PT), que posteriormente viria a assumir o comando do País e protagonizar diversos escândalos de corrupção, sendo o maior deles conhecido como "mensalão", que está sendo julgado agora pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O PT, com a participação direta do então presidente do partido Luís Inácio Lula da Silva, assumiu a liderança do movimento pró afastamento do presidente Collor. Mobilizou os caras pintadas", destacou.
O presidente da CPI que derrubou Collor foi o deputado o baiano Benito Gama (PTB), atual secretário de Desenvolvimento Econômico do Rio Grande do Norte. Lopes destacou que a renúncia do ex-presidente do cargo não impediu sua condenação no processo de impeachment, que ocorreu em dezembro de 1992. "O relatório final da CPI foi aprovado e pedido o impeachment do presidente. Em votação aberta, que mobilizou o País, os deputados votaram pela abertura de processo de impeachment de Collor, que em seguida renunciou ao cargo. Entretanto,o processo já estava aberto, razão pela qual teve seus direitos políticos cassados por oito anos", explicou.
Nenhum comentário:
Postar um comentário