por prof. Renier Luiz
Triste notícia, mas não surpreendente para os educadores. Visitem-se
as escolas públicas, na sua maioria, como também algumas escolas privadas e não será difícil perceber o descaso com a educação. Como
promover a inclusão, como diminuir a violência, como proporcionar ao jovem
expectativa de uma vida mais digna se a educação está na UTI. Enquanto sindicalista, tive
oportunidade de visitar dezenas de escolas em vários municípios e o que me
ocorreu ao visitá-las foi que estamos muito distante de uma educação de
qualidade. Como consequência temos isso:
Por que ela é a pior do país
A Escola Estadual João Tomás Neto, do município de Lagoa de Pedras,
classificada pelo Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB)
como a pior escola do país, apesar de ter 36 anos de existência, nunca
teve professor de matemática em seu quadro funcional e, até ano
passado, tinha uma carência de onze professores. Em todo esse tempo, a
escola vem fazendo paliativos com estagiários e, em anos anteriores,
professores de disciplinas correlatas e de pedagogia assumiam a cadeira
de matemática. O déficit de professores é apenas um dos grandes
problemas que contribuem significativamente para a escola ostentar
ainda altos índices de reprovação e evasão escolar. Ano passado, nas
séries do 5º ao 9º ano, reprovou 29,2% dos seus 500 alunos, o pior
registro dos últimos anos. Nesse mesmo período, a evasão chegou a 9,9%
que, somados ao índice de transferência de 7,97%, mostram que quase 18%
dos alunos deixaram a escola.
Os dados foram fornecidos pela
diretora da Escola João Tomas Neto, Rosineide Sena, que assumiu o cargo
este ano e já se deparou com essa situação. Para ela, os índices
apresentados pelo IDEB apenas mostram ao país o descaso com que a
educação vem sendo tratada pelos governantes estaduais, ano após ano,
que não estimulam os professores a irem a trabalharem no interior do
estado. "É inadmissível que crianças e adolescentes terminem o ensino
fundamental sem nunca ter conhecido um professor de matemática, a
escola tem feito verdadeiros arranjos para cobrir essa deficiência.
Isso implica não somente na avaliação do IDEB, mas sobretudo na vida
escolar do aluno que pode ter comprometido seu futuro profissional",
disse ela.
Outros problemas relatados pela diretora é a falta de
um coordenador pedagógico e um planejamento direcionado para a Prova
Brasil. O descaso com a escola era tão grande que dez computadores do
Laboratório de informática, adquiridos em 2007, apesar de estarem
devidamente instalados, só foram ativados este ano. A demora
comprometeu várias peças das máquinas. Como fator positivo, Rosineide
Sena relata que a escola vai começar a trabalhar por área de
conhecimento e foi contemplada, este ano, com professores de outras
disciplinas aprovados no último concurso da Secretaria Estadual de
Educação, o que amenizou a situação.
"Chegaram dois professores
de ciências biológicas, um de química, outro de língua portuguesa e
estão vindo mais um de português e outro de geografia. Mas o problema
com matemática ainda persiste, a escola tem deficiência de três
professores da disciplina e mais três de educação física e, ainda de um
espaço para a prática de esporte", disse a diretora, completando que
antes de se culpar uma gestão é preciso destinar um olhar mais aguçado
para os problemas da escola.
fonte: www.diariodenatal.com.br
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