Os juros cobrados no cartão de crédito no Brasil são os maiores da
América Latina, de acordo com levantamento divulgado nesta terça-feira
(17) pela Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (ProTeste). Por
ano, o brasileiro, que efetua parte do pagamento da fatura, paga uma
taxa média de 323,14%, quase seis vezes maior em comparação ao segundo
colocado da lista - no caso o Peru, onde a taxa média anual é 55%.
Foram pesquisadas as taxas de juros nas operações de cartão de crédito
de sete países da região. O terceiro colocado no ranking é o Chile com
54,24%, seguido pela Argentina (50%), pelo México (33,8%) e pela
Venezuela (33%). Colômbia, por sua vez, apresentou a menor taxa, com
29,23%. Foram analisados, durante o mês de junho, 13 bancos e
financeiras em sete países da América Latina.
Segundo Renata de Almeida, analista da associação, os indicadores
econômicos dos países investigados não justificam a discrepância entre
as taxas. “As diferenças econômicas não são significativas. Com isso, a
gente vê que realmente as taxas aplicadas são exageradas”, diz Renata.
Para a ProTeste, os juros dos cartões de crédito deveriam seguir a
trajetória da Selic, taxa básica de juros da economia, que caiu de 11%
para 8,5% ao ano, de janeiro a junho. No mesmo período, em
contrapartida, os juros cobrados pelos bancos cresceram de 237,9% para
323,14%. De acordo com a associação, a justificativa dos bancos
brasileiros para o alto percentual é a inadimplência do consumidor.
fonte:revistaepoca.globo.com/Brasil/noticia
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